terça-feira, 1 de abril de 2014

ONU alerta para mais secas, inundações e incêndios florestais na Europa

O Painel Intergovernamental da ONU sobre Alterações Climáticas (IPCC) alertou hoje para um maior risco de secas, inundações e incêndios florestais na Europa devido aos efeitos das mudanças climáticas tanto a curto como a médio prazo.


Reuters


Esta conclusão consta do relatório apresentado hoje em Yokohama (Japão),  elaborado por cerca de 500 cientistas/peritos e representantes políticos,  em que se analisa o conhecimento atual das mudanças climáticas e o seu impacto  no Homem e na natureza em diferentes pontos do mundo.
Trata-se de "um dos mais completos relatórios científicos da História",  afirmou o secretário da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Michel  Jarraud, durante a apresentação do documento, em conferência de imprensa.


"Já que não há nenhuma dúvida de que o clima está a mudar", apontou,  sublinhando que "95% destas mudanças se ficam a dever à ação humana".


O relatório apresentado hoje pelo IPCC - criado pelo Programa das Nações  Unidas para o Ambiente e pela OMM - analisa os efeitos das alterações climáticas  atualmente e a médio (entre 2030 e 2040) e a longo prazo (2080-2100), tendo  em conta um aquecimento global de entre 2 e 4 graus centígrados, baseado  em projeções atuais.


No caso da Europa, as mudanças climáticas vão provocar um aumento das  restrições de água devido à "significativa redução da extração dos rios  e aquíferos subterrâneos" combinada com a subida da procura para irrigação,  energia, indústria e uso doméstico, refere o documento, citado pelas agências  internacionais.


Este processo intensificar-se-á, em determinadas áreas do continente,  devido a uma maior perda de água através do seu processo natural de evaporação,  particularmente no sul da Europa", detalha o documento.


Outro risco assinalado para a Europa prende-se com o aumento das vagas  de calor, as quais são passíveis de ter um impacto negativo na saúde e no  bem-estar públicos, na produtividade laboral, na produção agrícola e na  qualidade do ar, bem como elevar o risco de incêndios florestais "no sul  da Europa e na região boreal da Rússia".


No relatório, o IPCC alerta, além disso, para a maior probabilidade  de inundações nas zonas costeiras devido à crescente urbanização, ao aumento  do nível do mar e à erosão da costa.
A fim de atenuar estes riscos, o IPCC insta os líderes políticos a tomarem  medidas para reforçar os sistemas de vigilância, advertindo para "eventos  climáticos extremos", bem como a melhorarem a gestão de recursos hídricos  e as políticas para promover a poupança de água ou para combater os fogos  florestais.


"Reduzir estes riscos dependerá da nossa capacidade de mitigar os efeitos  das mudanças climáticas e de os adaptar às nossas sociedades", destacou  Chris Field, vice-presidente deste grupo de trabalho da ONU.


O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, sublinhou, em particular, a  necessidade de se reduzirem as emissões de gases com efeito estufa, um fator  "do qual dependerá aquilo que acontecer em muitas partes do mundo nos próximos  anos".


Lusa

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